Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama responde por cerca de 25% dos novos casos da doença registrados anualmente no Brasil. Mas, apesar dos números alarmantes, se identificado precocemente, o câncer de mama pode ser tratado de maneira pouco agressiva e aumentar as chances de cura
Por Malu Bonetto
No Brasil, o câncer que mais causa mortes entre as mulheres é o de mama, superando o do colo do útero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 48 mil mulheres foram atingidas com esta doença somente no ano passado, 27 morrem por dia com câncer de mama e, este ano estima-se 600 mil novos casos da doença. De acordo com o oncologista Leandro Ramos, da Oncomed (BH), a doença não tem causa única. “Seu desenvolvimento deve ser compreendido em função de uma série de fatores de risco, sendo a idade o mais importante para o câncer de mama entre as mulheres. A incidência da doença cresce progressivamente com o envelhecimento, sendo que a ocorrência desse tipo de câncer pode ser externa ou interna ao organismo, interagindo de várias formas, o que aumenta a probabilidade de transformações malignas nas células normais”, explica o médico. Outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença são histórico familiar de câncer, uso de reposição hormonal (principalmente com estrogênio e progesterona associados), obesidade e ingestão regular de álcool (mesmo que moderada).
Para analisar a possibilidade de desenvolver o câncer de mama, a empresa Mendelics desenvolveu um software que pode identificar, através do diagnóstico genético, mais de oito mil doenças raras e hereditárias. “Interpretamos as informações genômicas para acabarmos com a odisseia de muitos pacientes. Com a análise do exoma, é possível auxiliar médicos no diagnóstico de doenças que antes dificilmente teriam suas causas conhecidas”, explica Dr. David Schlesinger, presidente e co-fundador da Mendelics.
Para prevenir, o melhor ainda é realizar o autoexame
Uma vez a cada mês, na semana seguinte ao término da menstruação realize o autoexame.
No chuveiro ou deitada: coloque a mão direita atrás da cabeça, deslize os dedos indicador, médio e anelar da mão esquerda suavemente em movimentos circulares por toda mama direita. Repita o movimento utilizando a mão direta para examinar a mama esquerda.
Diante do espelho: levante os braços, colocando as mãos na cabeça, observe se ocorre alguma mudança no contorno das mamas ou no bico. Repita a observação, colocando as mãos na cintura, apertando-a e observe se há qualquer alteração. Finalmente, esprema o mamilo delicadamente e observe se sai qualquer secreção. A observação de alterações cutâneas ou no bico do seio, de nódulos ou espessamentos, e de secreções mamárias, não significa necessariamente a existência de câncer.
Mamografia que salva!
Sabemos que as chances de cura dependem do tipo de tumor, da idade e das condições de saúde do paciente e do estágio em que o câncer for detectado. Por isso, a prevenção secundária, que significa garantir o diagnóstico precoce no controle da doença, é tão importante. “A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que todas as mulheres façam a mamografia anualmente, a partir dos 40 anos. Cerca de 95% dos pacientes em bom estado de saúde, que descobrem o câncer de mama em fase inicial e seguem o tratamento recomendado, se livram da doença após cinco anos”, afirma o Dr. Leandro Ramos. “Como a incidência do câncer de mama está intrinsecamente relacionada ao envelhecimento, o fator idade é o principal para determinar os riscos da doença. Sendo assim, enquanto mulheres jovens não devem se preocupar muito com isso, a menos que suas mães e irmãs tenham enfrentado o problema, depois dos 40 anos a preocupação deve ser relevante o suficiente para que se faça o exame mamográfico anualmente”, alerta a médica radiologista Vivian Schivartche, do CDB Medicina Diagnóstica (SP).
Feminilidade em alta
Outro “fantasma” que assombra as mulheres portadoras do câncer de mama é amastecomia (retirada das mamas), mesmo porque tê-las lindas e fartas é sinônimo de feminilidade. Mas, com os avanços na área da cirurgia plástica, atualmente, já é possível reconstruí-la com a ajuda da prótese de silicone. “Se a mulher tiver peles e músculos suficientes, coloca-se o implante de silicone no local em que os seios foram retirados, caso a paciente não tenha esses tecidos suficientes, optamos por um expansor de tecidos semelhante a uma prótese de silicone vazia que é inflado semanalmente com soro fisiológico e, consequentemente, os tecidos da paciente, pele e músculo, se expandem. Posteriormente o expansor é substituído por uma prótese de silicone definitiva”, explica o cirurgião plástico Marcelo Olivan (SP). E para quem acha que o resultado ficará artificial, a boa noticia é que a aréola e o mamilo também podem ser reconstruídos, geralmente três a quatro meses depois que se reestabeleceu a forma da mama através da prótese de silicone ou dos tecidos próprios. “O mamilo é refeito na maioria das vezes com pele da própria mama ou dos tecidos que foram transplantados para a região mamária (abdômen ou costas), já a aréola normalmente é reconstruída a partir de um enxerto da pele situada na região interna das coxas, que tem uma coloração mais escura, ou através de tatuagem. A escolha vai depender das condições locais da pele e da técnica utilizada para reconstruir o mamilo”, complementa.
Aposte na micropigmentação
Essa técnica é bastante recomendada para aquelas mulheres que desejam fazer a reconstrução da aréola. “Ao contrário do que algumas mulheres podem achar, este é um serviço quase que indolor, graças ao uso de anestésico, e visualmente bem satisfatório, por conta da técnica 3D para simular sombras, luz e alto relevo”, explica a diretora técnica Tete Bahia, especialista em micropigmentação do Centro das Sobrancelhas (SP). A reconstrução de aréolas é feita em aproximadamente duas horas e pode durar até três anos, mas é recomendado um retoque a cada nove meses para avivar a cor e o contorno.
Matéria original: http://www.plasticaebeleza.com.br/viva-melhor/outubro-rosa-lute-contra-o-cancer-de-mama/